terça-feira, 26 de julho de 2011

BREVE COMENTÁRIO SOBRE A TRAJETÓRIA DE EDGAR ALLAN POE



Breve Comentário Sobre A Trajetória de Edgar Allan Poe

Sabemos hoje que se deve a Poe a expansão do conto de horror, por ter introduzido no gênero certo toque de terror psicológico, e ao mesmo tempo outorga-se ao esplêndido e magnífico escritor da nova Inglaterra o título de criador da moderna narrativa policial; no entanto há muito,quando este grande escritor iniciava sua malfadada carreira, os grandes editores não aceitavam isso. Naturalmente o sucesso não viria tão cedo, pois só o tempo se encarregaria de mostrar ao mundo a veracidade do que se devia a literatura a Poe; hoje temos consciência do que significa a influência deste mestre na história da poesia e do conto, mas isso só depois de variados e complexos estudos e reflexões acerca de sua obra. Na época da entrada de Poe no mercado literário nada se sabia sobre seus feitos, que por sinal ainda não se mostravam em grande número. Partindo deste princípio de raciocínio torna-se aceitável dizermos compreensível o ceticismo dos literatos contemporâneos de Poe e, levando em conta o preponderante fato de que nada era capaz de lançar tão fácil e rapidamente qualquer escritor, por mais brilhante que fosse, podemos até chegar ao ponto de afirmarmos correto o receio que lançaram ao recém chegado no ramo. O que se estranha é que as críticas a Poe eram constantes e raramente positivas; seu caráter fazia-se ofensivo e tornava-se, de certo modo inaceitável. Devemos considerar o ser extremamente singular, a conduta rude e as desavenças familiares somadas à personalidade forte e inflexível do jovem autor. Assim quase chegamos ao ponto de dizermos promissor o boicote feito com tanto desdém à carreira daquele que mais tarde transformar-se-ia no maior escritor de terror da história das letras e importante fator influenciador de mestres modernos do gênero. Não obstante devemos reconsiderar o fato, devemos fazer justiça e enfatizar o incôngruo dessas afirmativas sociais e profissionais com o gênio magistral, com a criatividade esmerada, com o carinho que este autor tratava suas letras e as entrelaçava para pintá-las no papel. Notamos na sua obra o sensível mas imprescindível toque de genialidade incontida e de relações poéticas que se mostram em incomensurável profusão; não devemos deixar passar despercebida a completa carência de inspiração que se tinha quando de seu período e localização literários. O total absenteísmo desse incentivo por si só já se converteria em fracasso para o jovem talento; mas não foi isso que atrapalhou a vida do seu conjunto literário em sua essência criativesca, pois se notarmos a dificuldade que se encontrou em divulgar suas histórias dir-se-ia imensamente falto de inteligência artística, o que sabemos não ser verdade; mas não tendo um parâmetro para comparação, seus feitos caíam no estranho e no trivial. O fato é que o autor tinha desmedida capacidade para escrever, mas seus contos iam de encontro às necessidades da época e aos estilos contemporâneos, o que era na verdade uma ignorância mental e espiritual da sociedade da época, a pronta e total rejeição ao novo, ao inovador; podemos até ir além e afirmarmos que no século em que se experimentou o nascimento do gênio do terror as pessoas tendiam a afastar tudo que apresentasse algum cunho de horror, de bizarro, de loucura e (sobretudo) de realidade presente.Mas estamos estudando aqui as adversidades sociais e profissionais que Edgard Allan Poe enfrentou, enquanto muitos outros obstáculos levantavam-se e concorriam para atrapalhá-lo o mais possível, e por muitos e piores apuros o pensador, filósofo, poeta e mais proeminente mestre do sobrenatural que o encantador mundo das letras já revelou,Edgard Allan Poe, iria passar. 

    Por Moisés de Oliveira

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